domingo, fevereiro 12, 2006

Como é ver um mau filme?

Já o disse várias vezes não sou o tipo de cinéfilo que se agarre a tipos de filmes de forma convicta, gosto de arranjar maneira de ver algo de bom em todos os filmes que veja. Ora no outro dia bati no fundo novamente em relação a filmes maus. Kevin Costner tinha andado a remediar-se de filmes como o “Carteiro”, e fez um ou dois filmes menos maus e um deles mesmo muito bom, uma comédia meia paranóica de uma família só de mulheres onde se foi infiltrando, quase a medo, The Upside of Anger. Fui portanto ver um filme que teria como base desconstruir o “The Graduate” avança-lo uma geração e ver como é que as coisas estavam… Há uma certa altura em filmes sobre relações em que o momento decisivo tem antes uma sequência de imagem que servem para nós reflectirmos, faz parte do processo Tayloriano que os produtores fazem os filmes americanos passar. Quando esse filmes têm um bom argumento, os personagens funcionam e os actores correspondem, é um bom momento, depois de uma certa actividade, dão-nos um momento e chegamos a conclusões, criamos expectativas e preparamo-nos para o final, que neste tipo de filme raramente nos surpreende. No “Rumor Has It” esse momento serve apenas para nó percebermos a magnitude exagerada de como é mau aquele filme! De como não tem ponta por onde se lhe pegue, e a parte mais fascinante resume-se a ver Jenifer Aniston a vestir-se e a mostrar um pouco do corpo… e com isto juro-vos que se depender de mim nunca mais irei ver um filme desta mulher…



Mas ver um filme mau não é necessariamente péssimo, no fundo pode muito bem servir para nos apercebermos de como é bom vermos um filme bom. Ou até de como é fascinante ver um filme extremamente bom de que não esperamos nada, como foi o filme, com tiques de filme de culto “The Thumbsucker”, sobre um rapaz que tem tendência a entrar em conflito com ele próprio e encontra conforto no seu dedo, para se concentrar, é evidente que o filme é muito mais do que isso, sobre a necessidade de encontrar justificações em tudo, as relações entre dois pais que falam sobre tudo expecto os seus próprios tabus, como se reflecte nos filhos, em suma um filme muito interessante.



Mas o filme mais genial que vi nos últimos tempos, do qual se sai com uma profunda satisfação é o filme de Woody Allen “Match Point”, e não há muito a dizer, é um filme à Hitchcock uma reflexão como todas as boas obras de um pedaço da humanidade, a sorte, os caminhos que se percorrem, sem que realmente se possam premeditar, resta-nos por vezes remediar e lidar com isso… um filme essencial a qualquer pessoa. O resto é ver.

Miguel Bordalo

1 Comments:

At 11:15 da manhã, Anonymous Anónimo said...

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