domingo, maio 14, 2006

A Nota Dez que a Bola nunca atribuíra

Foi em '89 que me lembro de ver aquele puto a jogar pela primeira vez. Sabia lá o que era o Boavista - tinham camisolas aos quadrados, pensava que devia ser um clube de xadrez com equipa de futebol - mas via os estranhos jogos europeus do clube só para ver jogar o João Pinto. Lembro-me particularmente de um contra uma equipa da ex-RDA que vi no Chiado, quando o Chiado ainda tinha polícia sinaleiro e o Bessa ainda nem sonhava ter um estádio como deve ser. Anos mais tarde, veio o Benfica, e foram muitos anos, em que ele foi sempre o melhor entre os melhores - e entre os piores. Hoje passam doze anos, e nem preciso de ir confirmar a data, sobre o jogo mais perfeito que eu vi um jogador fazer no Benfica e o melhor jogo que já vi o Benfica fazer - ainda tenho os recortes todos dos jornais do dia a seguir.
Há doze anos João Pinto fez o jogo da vida dele, a cereja no topo do bolo da sua campanha que deu um campeonato ao Benfica. Há doze anos que o número 8 arrasou sozinho com uma equipa do Sporting. 3-6. E nesta época que hoje acaba, a segunda depois do regresso ao Boavista, ele voltou a mostrar, doze anos depois daquela tarde em Alvalade, e dezassete anos depois das tardes estranhas no Chiado, o porquê de continuar a ser o nosso João Pinto.

Manuel Castro

2 Comments:

At 1:38 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Esse não foi um jogo grande só para ele. FOi provavelmente o melhor jogo que vimos na nossa vida. Mais do que isso foi uma coisa extraordinária poder partilha-lo assim com os meus melhores amigos. As vezes que tu eu e o caracol falamos desse jogo? E nos divertimos a falar dele... momentos que ficam para o resto da nossa vida.

 
At 1:05 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Best regards from NY! » » »

 

Enviar um comentário

<< Home