segunda-feira, julho 31, 2006

A Insunstentável Leveza das Bombas

Israel consegue, sob uma batuta diária, bater todos os recordes de uma falta de vergonha assassina, à qual assistem (ou a qual assistem, como preferirem) com bem mais que um lavar de mãos, os Estados Unidos.
Primeiro, a ofensiva desmesurada e aleatória no Líbano. Resultado, os famosos "danos colaterais", que hoje em dia bem que poderiam ser considerados os "primários". Dúvidas?
Civis. Crianças, mulheres, homens, velhos e novos.
Capacetes azuis mortos, depois da sua posição no terreno (já mais que conhecida) ter sido informada (repito, de novo) aos comandos gerais do exército israelita.
Massacre em Cana. Mais pessoas. Civis. Crianças, mulheres, homens, velhos e novos. Cessar-fogo? Até ao lavar dos cestos, dá para chacinar mais um pouco.
É o cúmulo da vergonha, proclamar um pseudo cessar-fogo - que pelas mais recentes notícias, é mais um embuste - e aproveitar as últimas horas antes desse entrar em vigor para continuar acções (intensas) de guerra. E este sinal é bem revelador das intenções e dos métodos israelitas.
Israel conseguiu, mais uma vez, o impossível. Uniu a sociedade civil libanesa numa só voz e está prestes a colocar o Hamas ao lado do Hezbollah, num cenário completamente impensável há pouco tempo.
Mas quem é que são os ignóbeis que defendem este tipo de gente?
A estratégica de Israel e Estados Unidos está desmontada, caiu como um baralho de cartas e o Mundo está finalmente a desespertar para isso - é demasiado óbvio.
Há um interesse claro na guerra total na região, na violência, em semear o ódio, no terror que será justificado com mais terror, e uma crença na lei do mais forte - que nunca o será - para estabilizar o Estado de Israel, o que assenta como uma luva em todos os interesses em jogo - controlo geo-estratégico, político, militar e religioso da região.

Manuel Castro

quarta-feira, julho 26, 2006

Sem mais comentários

Dois posts muito pertinentes, no Canhoto, sobre o estado de coisas burlesco a que chegámos.

Manuel Castro

terça-feira, julho 25, 2006

The Bonnie

É incrível como nós nos conseguimos afundar como bloggers.
Mas enfim, não há tempo, estamos cansados, os sistemas informáticos caseiros não colaboram e acontecem-nos as coisas mais extraordináras possíveis quando estamos - falo por mim - em vias de escrever qualquer coisa.
Sim, porque eu sou do tempo em que um tipo postava directamente no Blogger, não tinha uma pasta no computador a dizer "Blog" com ficheiros word e edições excessivas antes de publicação.
Mas nós nós estamos vivos - não que haja alguém por aí para nos considerar mortos, mas é uma declaração que fica sempre bem - e estamos de volta, aos poucos...e já agora, numa prova de vitalidade, ou falta dela, deste blogue, gostaríamos de lançar o seguinte desafio.
Porque é que este blogue tem este nome? (pede-se a quem já sabe a resposta, que já aqui foi dada, para guardar para o fim a resposta)
Aviso já que não, não é nenhuma cena de nenhum filme da Chasey Lane.

Manuel Castro

terça-feira, julho 11, 2006

Simão...Sabrosa

O Benfica vai-se organizando para esta nova temporada, e quanto a mim muito bem, em torno de um meio-campo fortíssimo. Mas, agora que Robert foi cirurgicamente despachado para o Levante, uma pergunta - para além da mais importante, que se chama Micolli - se levanta no Benfica. Para onde vai jogar Simão Sabrosa? Uma coisa é certa. Propaganda não é o que lhe falta pelo mundo fora.
Manuel Castro

terça-feira, julho 04, 2006

Scolari

scolari

Vale a pena ver.

Manuel Castro

segunda-feira, julho 03, 2006

Portugal

portugal
Vocês aí!

Agora que somos muitos a gostar de futebol - daqui a uma semana voltamos a ser os "fanáticos" do costume - nada como fazer um post sobre futebol.
Cá estamos, meias-finais do Campeonato do Mundo de Futebol. Parece impossível, não?
Não vale a pena dissertar muito sobre esta selecção, a verdade é que nós temos grandes jogadores e o homem certo para lhes lembrar que não é pelo facto de serem grandes jogadores que vão ganhar alguma coisa.
Apesar de alguns ignorantes continuarem a menosprezar esta equipa - veja-se o caso desse jornal-ícone de um país que nem sabe o que é uma bola de futebol, o New York Times - esta equipa, nos últimos dois campeonatos da Europa ficou, respectivamente, em terceiro e segundo lugar.
Será esta então a mesma equipa que a França vai reecontrar numas meias-finais de um grande campeonato, reeditando aquele dramático duelo de 2000 (depois do qual, como diziamos ontem nos anos do meu grande amigo Miguel, demoramos 5 anos a admitir que o Abel pôs mesmo a mão na bola) ?
Não.

ricardo
Mais uma vez, o herói português. Três penalties é obra! E contra a Holanda, uma defesa da qual ninguém falou. Um voo daqueles, só o de Goycochea no Itália 90, num tiraço de Alemão de fora da área que o argentino foi buscar ao ângulo superior direito.

Primeiro estamos recheados de bons jogadores. Não há um jogador que se possa considerar mau nestes 23. Temos uma equipa mais equilibrada, mais batalhadora, mais organizada e que defende melhor - e com uma defesa melhor, ainda que amputada de um dos seus eixos fundamentais, Jorge Andrade. A equipa há 6 anos era mais instintiva, entusiasmante, sensorial, mas ao mesmo tempo, punha demasiada crença num golpe de teatro de um dos nossos génios.
Hoje temos isso - porque podemos continuar a confiar na decisão individual - mas temos também uma equipa. Por aí, descobrimos outro caminho fundamental: os nossos génios estão sob uma escolta melhor.
Na altura tínhamos Rui Costa, Figo e João Pinto, acompanhados por Paulo Bento e Vidigal.
Hoje temos Deco, Figo e Ronaldo, seguros por Maniche (que é, em si, outra mais valia) e Costinha, ou Petit. Penso que no jogo com a Holanda viu-se outra coisa, de substancialmente diferente em relação aos outros campeonatos: como seria mais que previsível, não perdemos a cabeça, como no Euro 2000 depois do jogo, ou como no infame Mundial da Coreia.

portugal
A arruaça, ser português em Nuremberga.

portugal
Raça!

portugal
Bairro da Boavista representin´. Quem o viu e quem o vê.

Mais, não só revelamos uma postura heróica - veja-se o Petit e o Ricardo Carvalho e a entrega física e mental ao jogo, os cortes, os berros, os incentivos - como mostramos orgulho na defesa daquela camisola. Figo, depois de muito provavelmente insultado pelo catalão adoptado Van Bommel, enfiou-lhe uma cabeçada à boa maneira do Cais do Sodré (não confudir com a cabeçada à Cais do Sodré). O mesmo Figo que, depois de anos complicados em Madrid, voltou a ser um jogador com alma e tem sido o grande capitão e o grande líder que precisamos.

portugal
Capitão Figo e o angolano Figueiredo, um dos maiores talentos do futebol português.

A magia ainda não saiu do chapéu dos portugueses, haverá de sair, contra a França ou, espera-se, na final. E se não sair, o que é que interessa?
É melhor sermos operários vencedores que magos (mais uma vez) iludidos às portas do paraíso.
Não poderia haver melhor adversário que a França para estes operários.
A França, que já se imagina na final com a Alemanha (que vai ter que suar muito para passar a Itália, e mesmo assim duvido que o consiga). A França que despreza os portugueses, como poucos outros o fazem. Senhorios vs porteiras.
A França luminosa, arrogante, chauvinista.
E uma França que tem Zidane, tem tudo.
Mas é contra tudo que também estamos habituados a lutar - e em boa verdade, até gostamos que assim seja - por isso, venham eles.

portugal
Quem duvida que já ganhámos o que tinhamos a ganhar?

Manuel Castro